quinta-feira, 11 de novembro de 2010


Datação relativa e datação absoluta


A descoberta da radioactividade e a interpretação dos seus resultados permitiu a utilização do de-caimento radioactivo dos elementos para a datação terrestre, surgindo, deste modo, a datação absoluta. Os fósseis de idade foram outro elemento utilizado para a datação da Terra - datação relativa.
  
A datação relativa, como o nome indica, não permite obter uma idade absoluta, isto é, em valores numéricos, mas uma comparação de idades. Pelo contrário, a datação absoluta permite-nos obter um valor numérico para uma determinada idade. Por exemplo, se disseres que o José tem 18 anos e que o Pedro tem 16 anos, estás a efectuar uma datação absoluta, mas se disseres que o Pedro é mais novo do que o José, então efectuaste uma datação relativa.
A idade relativa, obtida por um processo de datação relativa, não nos permite determinar um valor numérico para a idade da Terra nem dos seus materiais constituintes, permitindo-nos ape-nas estabelecer relações entre os seus diferentes constituintes.
A datação relativa apoia-se na posição relativa dos estratos (princípio da horizontalidade e princípio da sobreposição dos estratos) e na presença de fósseis de idade (princípio do sincronismo ou da identidade paleontológica).


 

Princípio da horizontalidade

Os estratos sedimentares formam-se horizontalmente, isto é, os sedimentos depositam-se horizontalmente à medida que vão chegando à bacia de sedimentação, por efeito gravítico. Os  sedimentos depositam-se na horizontal.














Princípio da sobreposição dos estratos




Numa sequência estratigráfica não deformada, um estrato mais recente sobrepõe-se a um estrato mais antigo, o que significa que os estratos serão tanto mais antigos quanto mais profundos se encontrarem e tanto mais recentes quanto mais superiormente se encontrarem na sequência estratigráfica.
Logicamente que os sedimentos, por efeito gravítico, se vão depositando horizontalmente à medida que vão chegando à bacia de sedimentação. Os primeiros sedimentos a depositarem-se serão os mais antigos, enquanto os últimos a depositarem serão os mais recentes, encontrando-se colocados na parte superior em relação a todos os outros. O princípio da sobreposição dos estra-tos afirma-nos precisamente isto.














Princípio da identidade paleontológica
 
Dois estratos apresentam a mesma idade se apresentarem o mesmo fóssil de idade.










Um fóssil de idade corresponde ao fóssil de um ser vivo que viveu apenas durante um curto período de tempo, embora possa ter ocupado uma extensa área e zonas muito dispersas da Terra. É o caso das trilobites, que, tendo vivido apenas durante o Câmbrico, nos permitem datar como câmbrica qualquer formação rochosa em que sejam encontradas.
A presença de um fóssil de idade em dois estratos diferentes, mesmo que se encontrem muito distanciados, permite-nos afirmar que os dois estratos possuem a mesma idade.







Memória dos tempos

As informações resultantes tanto de datações relativas como, mais tarde, de datações absolutas, permitiram aos geólogos a elaboração de escalas de tempo geológico. Estas representações esquemáticas da história da Terra, que vão sofrendo alterações à medida que novas e pertinentes informações vão sendo recolhidas, representam sequências de divisões do tempo geológico, sendo as respectivas idades registadas em milhões de anos. Nestas escalas, as divisões mais alargadas de tempo designam-se por eons.
Nesses grandes intervalos de tempo consideram-se divisões de duração inferior chamadas eras, cada uma das quais se subdivide em períodos que, por sua vez, se dividem ainda em épocas. As transições entre as diferentes divisões correspondem sobretudo a momentos de grandes extinções ocorridas no passado e testemunhadas pelo registo fóssil. Por exemplo, a fronteira temporal associada à transição entre o Período Cretácico, da Era Mesozóica, e o Terciário, já da Era Cenozóica, está colocada nos 66,4 milhões de anos, uma vez que os fósseis de muitos organismos, como os dinossauros e outros grupos animais e vegetais, aparecem pela última vez em estratos rochosos cuja datação absoluta revelou a idade de 66,4 milhões de anos, facto que permite considerar que essas espécies se extinguiram nessa altura
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